O espelho dos salmos Os Salmos são como que um compêndio da experiência humana e da nossa relação com Deus. Neles desfilam diante de nós os sentimentos que acompanham a nossa existência: a alegria e a angústia, a sede de Deus e o medo da morte, a confiança no Senhor e a vontade de fugir dEle, o desejo de fazer o bem e a tristeza pelas próprias faltas... Tudo expresso em forma de oração sincera, com a capacidade de síntese de que só a grande poesia – e mais se inspirada por Deus – é capaz. Neste livro, Francisco Faus apoia-se nos Salmos e na sua ampla experiência de direção espiritual para propor a cada um de nós uma série de meditações que nos ajudem a fazer como o salmista: elevar todas as ocasiões da nossa vida a Deus, encontrá-lO e amá-lO. Porque o Senhor está perto de todos os que o invocam, dos que o invocam com coração sincero (Sl 145, 18). A batalha de lepanto e a nossa No dia 7 de outubro de 1571, o Papa São Pio V estava reunido com um grupo de colaboradores. Inesperadamente, levantou-se e exclamou: «Os cristãos ganharam a batalha!». De que batalha se tratava? Daquela travada entre a frota cristã, a chamada Liga Santa, e as naus dos turcos islâmicos nas águas do golfo de Lepanto, no mar Jônico. Sem a vitória de Lepanto, o que teria sido do mundo? Toda uma fé e uma cultura, que já se estendiam pela recém-descoberta América, poderiam ter periclitado ou sido aniquiladas. Não há a dúvida de que Lepanto foi um dos acontecimentos mais decisivos da história do Ocidente, um daqueles «momentos estelares da humanidade», como diria Stefan Zweig. A graça - Um tesouro desconhecido Nada deveria comover-nos mais do que a certeza de que a todo momento — e de maneira completamente gratuita —, Deus nos oferece sua graça para que possamos estar perto dEle e, ao fim da vida, contemplar sua face no céu. Quantas vezes, porém, descuidamos disso, fazendo do nosso coração como aqueles solos inférteis da parábola do semeador! Por sufocarmos a graça divina, não damos os frutos que poderíamos dar. Neste livro sobre a graça, Francisco Faus volta nosso olhar para a grandeza do amor divino e, com isso, coloca-nos diante da pergunta: como anda nossa correspondência a ele? Dessa resposta dependem muitas coisas grandes, e com estas páginas nos sentiremos encorajados a tirar firmes propósitos de melhora.