Descrição
Escritas após a última guerra mundial, estas páginas hoje clássicas de Jacques Leclercq sobre a Providência divina, o sofrimento, a morte ganham nos nossos dias uma atualidade que ultrapassa o episódico. O que as guerras fazem é lembrar tragicamente questões vitais que, nem por estarem arroupadas na inconsciência da vida diária, são menos evidentes que o chão que pisamos. É importante viver muito? A dor faz algum sentido? Onde afinal o segredo da paz na vida individual e da sociedade?Sociólogo, professor da Universidade de Lovaina, membro da “Libre Academia de Belgique”, Jacques Leclercq se deixa reconhecer por uma característica rara de se encontrar: não lança mão de argumentos clamorosos, estilisticamente enfeitados ou escorrendo sentimentalismo, mas vai sempre à busca da objetividade. Com a isenção do analista, que não é chamado a iludir, mas a elucidar, alicerça-se nos fatos para desnudá-los, até dar com a raiz e as linhas estruturais, à busca do sentido e da plenitude.Debruçando-se nesta obra sobre alguns dos problemas mais pungentes e na aparência insolúveis que envolvem ou aguardam o ser humano, Leclercq vem a revelar-se paradoxalmente otimista. Porque, ao examinar os fatos, vê como eles se encadeiam na simplicidade gritante, apontando para a única chave que permite decifrar os mistérios da vida e os mistérios da morte.Não se busque nestas reflexões consolação fácil, mas luz; apelos à resignação, mas à coragem de peito aberto e ao compromisso. A rocha sólida por onde começar e recomeçar a construção de uma vida e de uma sociedade é a fé cristã, o olhar de fé sobre as realidades contraditórias da vida, que só ganham coerência e se unificam quando se configuram como valores cristãos, e então se transformam em convites a uma vida galharda, que encontrou finalmente o seu sentido: por que viver, por que sofrer, por que trabalhar pela paz e por um mundo melhor.
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